26 janeiro, 2006

devo merecer

aconteceu já faz um tempo. entrei no ônibus e sentei do lado de um senhor que devia orçar pelos cinqüenta anos. de repente:
- engraçado como que no mundo tem tanta gente feia e bonita tudo misturada, né?
obviamente concordei. depois de três segundos de silêncio:
- mas uma coisa que eu num entendo é como as pessoa bonita casa com as feia...
- ...
- porque as pessoa bonita devia casar com as pessoa bonita, aí os filho ia nascer tudo bonito, mas se mistura os feio com os bonito, começa a nascer gente feia...
- ...
- por isso que no brasil tem tanta gente feia, mistura tudo, os branco com os preto, e aí fica feio. cada um devia preservar a sua cor, não podia misturar desse jeito. e as moça clarinha de hoje tão tudo gostando dum escurinho... eu tenho uma sobrinha, assim clarinha que nem ocê, e ela casou com um moço assim dessa corzinha - e apontou a alça preta da minha mochila...
- mas eu acho que tem gente branca que é muito feia também, e tem gente misturada que é bonita...
- não, olha como que o povo brasileiro é feio e os alemão são bonito, eles são bonito porque num mistura... cada um tem que preservar sua cor...
- mas quer dizer então que a gente também não pode tomar sol?
- mas sol não muda a cor da gente, quem é branco continua branco. olha aqui, eu trabalho na roça debaixo de sol todo dia - e me mostra o braço supostamente branco.
- ...
silêncio até eu descer do ônibus. fiquei pensando que ele devia mesmo estar me achando muito feia.

11 janeiro, 2006

coca-cola é isso aí

Hoje fui ao dentista.

Quando era criança, não tinha medo de altura, de avião, de me cortar lavando o liquidificador, de pular bem do alto, de escorregar no corrimão, de tomar choque, de raio, relâmpago, trovão e muito menos de dentista. Hoje tudo me assusta, dá vertigem, aflição ou gastura.

Acho que é porque sou muito resistente à anestesia.

06 janeiro, 2006

trocadilho infante pra ser lido com acento lusitano

kafkar é o contrário de lair, ribeiro.

uma singela nossa homenagem à mestra.